terça-feira, 19 de abril de 2016

Todos os anos a mesma coisa

Ano sim, ano sim, desde que comecei a trabalhar, pergunto-me por que razão não se ensina aos miúdos das escolas as coisas necessárias a uma vida adulta saudável. Tipo o quê, perguntam vocês?

Preencher a declaração do IRS. Preencher essa declaração online em browsers que raramente utilizo. Perceber o palavreado financês, escrito à moda desse acordo ortográfico que gerou tanto desacordo, nesse site onde tem de se preencher a declaração do IRS online num dos browsers que raramente utilizo.

Claro que se me tivessem ensinado na escola eu era capaz de já não me lembrar ou a informação já estaria obsoleta, até porque internet, só a tive quando já tinha aprendido os básicos do ABC. Mas ficava a intenção.

Agora a sério, há muita coisa que devia ser ensinada na escola. Tipo senso comum, finanças, política, culinária e principalmente os direitos humanos. Ainda há coisas que decorei aprendi na escola que nunca tive oportunidade de utilizar, como por exemplo a tabela periódica, o teorema de Pitágoras, a história do carvão.

Todos os anos nesta altura ocorre-me que deve haver muito mais informação que não aprendi na escola do que informação que aprendi e utilizei. Toda essa informação que me parece de vez em quando inútil serviu para me enriquecer como pessoa e traçar vários contextos que ainda hoje moldam a minha visão do mundo. É informação com mérito, claro que sim. Mas não teria havido tempo para assuntos mais práticos?

Obrigado pelo tempo que me dispensaram enquanto eu escrevia isto em vez de estar à espera que o Java carregasse na página da entrega da declaração do IRS. Ainda não carregou, para dizer a verdade. Já lá vai uma meia hora, entre escrever aqui e reunir facturas e fazer um cafézinho. Deviam ter ensinado paciência na escola. Ouvi dizer que é uma virtude indispensável à vida adulta, especialmente quando se usa serviços públicos.

Vanessa

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