sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Sexta-feira bem cinzenta

Olho para as promoções da Black Friday e não consigo decidir se sou anti-consumista ou só anormal. Por exemplo, uma loja de cosméticos oferece três produtos na compra de três. Eu não uso seis produtos de maquilhagem no total sequer. Na verdade, não preciso de nada neste momento nesse campo.

Como uso as coisas até elas se desfazerem, não preciso de nenhum aparelho. Um telemóvel dava jeito, mas o meu Android com teclas é-me tão querido há cinco anos que gostava que durasse mais uns cinco ou dez. O meu portátil sobreviveu seis meses na Índia, por isso também deve durar uns anos.

Não vejo televisão, não preciso de um tablet, nem de qualquer tipo de ecrã. Móveis até há demais cá em casa. Livros também, mas seria a única coisa capaz de comprar esta Black Friday, isso sim.

Só mesmo os Americanos para inventarem um dia de compras loucas e consumismo desenfreado logo no rescaldo de uma festividade em que se celebra a gratitude pelo que se tem. 

Eu muitas vezes sou ingrata em relação ao que tenho, mas não é por isso que me vou sujeitar à confusão das compras e às filas intermináveis. Para mim esta é só uma sexta-feira cinzenta e nada mais.

Vanessa

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